No Dia Mundial da Água, aprenda como evitar desperdícios nas piscinas dos clubes

O dia 22 de março é conhecido mundialmente como Dia da Água, este elemento da natureza que é essencial para a sobrevivência de todas as espécies. A data, criada pela ONU em 1992, serve para discutir a importância deste bem natural e conscientizar a população sobre preservação, poluição, esbanjamento, entre outros temas.

Quando o assunto é clube, a água ganha uma relevância ainda maior, já que além das diversas funções que exerce no funcionamento das sedes, também é utilizada para o lazer dos associados, especialmente nas piscinas. Pensando nisso, o SINDICLUBES elaborou uma matéria especial que auxiliará as agremiações a evitarem o desperdício de recursos hídricos e, consequentemente, diminuir os gastos.

Principais formas de desperdício

Você, dirigente, sabia que é possível reduzir drasticamente o consumo da água, sem prejudicar a funcionalidade das piscinas? Há muitas formas de prevenção contra o desperdício, mas antes é necessário compreender quais são os principais tipos de gasto excessivos que ocorrem diariamente nos parques aquáticos dos clubes e passam desapercebidos.

  1. Água derramada: perdida pelo uso da piscina. São dois os tipos: espirrada pelos próprios usuários na sua introdução na água, principalmente após um mergulho; carregada, água que o usuário e suas vestimentas levam ao sair da piscina.
  2. Aspiração: água perdida quando essa operação é feita drenando a água diretamente para o esgoto.
  3. Retrolavagem e enxaguamento: na operação de limpeza do meio filtrante.
  4. Drenagem forçada: quando a concentração de sais de cálcio e de ácido cianúrico estão acima dos valores recomendados.
  5. Purificação: quando se joga água fora para diminuir a concentração de cloraminas e teor de sólidos elevados.
  6. Vazamento: perda ocasional, porém não incomum. Pequenos vazamentos são de difícil detecção.
  7. Evaporação: a temperatura alta da água da piscina e fortes ventos aumentam a evaporação, assim como temperatura e umidade relativa do ar baixas. Da mesma maneira, piscinas que não utilizam de capa térmica aumentam a evaporação.

Vistas as principais perdas, vamos ao que pode ser feito para reduzi-las:

Agua espirrada: proibir a ação de mergulhar. Com isso, a perda pode ser bastante reduzida. No caso de água derramada, a redução de perda de água, desprezível, somente se consegue com a inativação da piscina.

Aspiração: sempre que possível e na maioria das vezes, é possível aspirar, filtrando, evitando aspirar drenando. Feita semanalmente, com duração de meia hora e se jogada diretamente para o esgoto, haverá uma perda de 11 x 52 = 572 m3 no ano.

Esse valor poderá ser muito reduzido, por exemplo, em 70%, o que resulta numa economia de 400 m3no ano. O uso de robôs independentes com filtro acoplado diminui muito a aspiração, com grande economia de água, aliado à redução de mão de obra e maior economia de energia elétrica.

Retrolavagem: fazer a operação apenas quando os manômetros do filtro recomendarem. Mesmo nesse caso, a retrolavagem pode ser postergada. Se de um lado a vazão vai diminuir (desvantagem), de outro, a filtração vai melhorar (vantagem). Podemos reduzir o valor em 50%, que equivale a 47 m3 por ano. O uso de visor de retrolavagem é também uma maneira de evitar desperdício.

Drenagem forçada: excesso de cálcio ou de ácido cianúrico só pode ser removido retirando-se parte da água da piscina. São fontes de cálcio a água de certos poços artesianos e o tipo de cloro denominado hipoclorito de cálcio. São fontes de ácido cianúrico o dicloro e o tricloro. Numa piscina, a dureza cálcica ideal deve estar entre 200pm e 400pm e de ácido cianúrico entre 30pm e 50ppm, não sendo recomendado passar de 100ppm.

No caso de abastecimento por água de poço artesiano, verifique a concentração de cálcio. Se for alta, procure evitar o uso. Uma solução é alternar o uso de hipoclorito de cálcio com di ou tri-cloro. Mas esses dois produtos, juntados, resultam numa mistura explosiva. Outra solução é usar o cloro líquido. Podemos dizer que não existe economia de água porque a maioria dos operadores de piscinas não faz essa operação com perda de água.

Purificação: procure diminuir essa perda, deixando de lado a melhor qualidade da água. Na realidade essa operação raramente é executada pelos operadores de piscinas.

Perdas por vazamento: geralmente ocasional, mas com probabilidade de perda de água considerável. Tão logo haja a suspeita de vazamento, deve ser sanado.

Evaporação: água que se perde pela evaporação devido a fatores climáticos, pelo vento e pela temperatura da água da piscina, entre outros. O uso de qualquer tipo de capa evita perdas por evaporação, aproximadamente, pela metade. Se a piscina não tem grade de segurança, é indicada uma capa de proteção que, ao mesmo tempo, diminui a evaporação e protege a piscina de afogamentos e inclusive sujeira do ar. Isso inclui as piscinas aquecidas e não aquecidas.

A eliminação por evaporação é a única perda de água pura, o que piora a qualidade da piscina. O vento em tanques descobertos é também aumenta a evaporação. Colocação de barreiras diminui essa ação negativa. É recomendável que as piscinas sejam cobertas por capas, inclusive as cobertas e não aquecidas. Procure usar uma temperatura um pouco mais baixa na piscina com economia de água e também de energia.  Com o uso da capa é possível diminuir a evaporação de 2 cm por semana para apenas 1 cm.

Reaproveite a água desperdiçada!

As perdas ainda podem ser diminuídas, se a água perdida for reaproveitada. Instalações novas podem prever tanques de reaproveitamento, e as existentes podem ser adaptadas. A água poderá ser reutilizada para limpeza, regas de quadras de tênis e gramados (neste caso, o cloro deve estar com baixos teores). Vale ressaltar: a água de reaproveitamento não deve voltar para piscina, principalmente devido ao alto teor de sólidos dissolvidos.

É importante que todos os clubes tenham consciência ambiental e saibam que o desperdício de água tem consequências graves para todo o planeta terra. Por isso, tome as devidas precauções para que a sua instituição seja um modelo de preservação dos recursos naturais.

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